sábado, 19 de junho de 2010

Copa sem cabana

A África do Sul tem surpreendido uma Legião de pessoas, não só Urbanas, mas de todos os espaços geográficos ecúmenos. Antes de ter sido iniciada, havia tanta gente desinformada e aposto que tiveram medo de viajar, imaginando que o apartheid ainda existia e que o Mandela ainda estava enclausurado. Típico daqueles críticos de meia-tigela que só querem se opor sem nenhum fundamento.

O melhor de tudo é: assim como os estrangeiros ouvem o nome Brasil e relacionam às mulatas carnosas e muito samba, assim como os paulistanos associam o Ceará à caveira de um boi de uma possível pecuária extensiva; há inúmeras pessoas de diferentes locais que associam a África à total miséria e ao Saara. O sol lá está tão forte, tanto que em Johanesburgo os nossos queridos jogadores, sufocados já de tantas roupas, treinam com a sensação térmica abaixo de zero. E, com certeza, deve haver algum brasileirinho levando biquínis nas malas para “tomar um sol”!

Quanto ao Dunga, apesar de ser o mais babaca dos Sete Anões, foi feliz quanto à sua escalação. Tudo bem, nós sentimos falta do Ronaldinho, do Neymar (apesar do complexo de “estrelismos” que ele sofre, joga muito) e do Pato, ô, quer dizer, do Ganso. Esses nomes de jogadores... Mostram a nossa rica fauna. E agora tem até lapiseira 0.5, ou seria Grafite?E o Kaká, deve está kkkkkk, rindo à toa.

Sabe o pior de tudo? É a chatice de ver todo mundo virando ufanista patriota. Quase uma pandemia de “verde-amarelismo”. Posso citar àquelas mulheres que vão aos jogos para ver as pernas torneadas dos jogadores e que se entristecem por não ter mais o Roberto Carlos na escalação. É inegável que você seca bastante, mas dá pra conciliar né? Essas, também, ficam loucas, puxando os cabelos, por não entender o que tanto aquele cara de preto fica no meio do jogo com aquela bandeirinha fora de moda.

Rumo ao Hexa. Vamos lá Dengoso,ô, Soneca... Ahhh DUNGA! Faça sua parte.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Quase fim II


Após uma madrugada exaustiva, em que segredos foram construídos, risos foram incontidos, canções rasgaram as cordas vocais e promoveram uma boa rouquidão... Debruçada sobre a areia, entre batucadas que animavam a noite, havia esquecido da vida, do que era viver, pensando, erroneamente, que esse era um verbo intransitivo, o qual não pedia complemento algum. Alguns beijos ali, outros aqui. Abraços apertados. Observava de longe e ria do comportamento alheio que havia sido deturpado devido ao etanol. Ria muito! Daquelas gargalhadas orgasmáticas que ecoavam dentro de si.

E era, novamente, a aurora que consumia tudo. Quando a noite passara e o sol iniciou a rasgar violentamente as nuvens – parecendo que já previa. No veículo relembravam os momentos mais marcantes, ao mesmo tempo em que elaboravam as novas piadas internas. Um silêncio tomou de conta. Sentiram que algo perdia a estabilidade, não se sabia o quê. Jogados a um lado, depois jogados a outro. O som dos pneus tentando frear. Em seguida tudo rotacionava, não se sabia ao certo o que estava acontecendo, mas tinha certeza de um fim bem próximo. Um grito inesperado. O ciclo parecia não ter mais fim. As costas ardiam, sentiu um enorme peso na cabeça e na consciência. Dores forte. Fragmentos de vidros voaram por entre os rostos.

Quando tudo parou, não sabia ao certo o que tinha acontecido, apenas, instintivamente arrastava-se e saia do veículo. Em desespero observou ao redor e chorou descontroladamente.

– Tira ela daaí, tira ela daaí!

Tentou surtar, mas o outro impediu. Quando voltou à realidade, respirou e expirou aliviada. Estavam ali, os cinco de pé, maltratados, porém vivos. Vivos! Abraçou-os intensamente e em seguida pôs-se de joelhos e agradeceu a Deus como nunca o tinha feito antes.